sábado, 31 de março de 2012

Feuille de vigne femelle (Female Fig Leaf)





 “Female Fig Leaf” foi originalmente lançado em gesso. Duchamp deu uma de suas versões como um presente à partida de seu amigo Man Ray, que deixou  Nova York e foi para Paris em 1951. Este é um exemplar dos dez moldes de bronze, feito em 1961. O título da obra sugere ocultação, mas “Female Fig Leaf " pode​​, de fato, vir a ser o órgão genital de uma mulher. Duchamp não divulgou  o processo de fabricacao da obra, que tem sido descrita como ambos um molde  simulado ou  um molde real. Marcel freqüentemente usava ​​erotismo em suas obras, e nesta obra combina o erotismo com a intencao de chocar.Na década de 50, Duchamp fez alguns exemplares de objetos moldados, com base em partes sexuais do corpo humano. Eles exemplificam sua fascinação com ambiguidade sexual. ” Female Fig Leaf” foi provavelmente baseado em um molde das partes sexuais da manequim de Étant Donnés , instalação de Duchamp que tomou os últimos vinte anos de sua vida e só foi divulgada depois de sua morte em 1968.O título púdico,” Female Fig Leaf ”, é deliberadamente irônico. Além de sua aparência fálica e, do fato de que a palavra francesa "dard" é uma gíria para pênis, poderia também ser derivado para uma vagina. Ele encarna portanto  de dentro para fora, dualidades feminino-masculino."Wedge of Chastity" obra de 1954 é também exemplo do fascínio de Duchamp,que a fez  como presente de casamento para sua segunda esposa. É relatado que o casal mantinha a obra como "um anel de casamento" o dispunha em sua mesa de cabeceira e até o levava para viagens. Enquanto trabalhando secretamente em sua obra-prima final,Étant Donnés, Duchamp afirmou que tinha desistido de arte para o xadrez.Misteriosos objetos, no entanto, emergiram, dando a entender que o artista estava de fato trabalhando em outro projeto. Esta enigmática escultura em bronze alude à anatomia humana e oferece uma introducao ao processo de trabalho na confecção de Étant Donnés.                 Enquanto trabalhando secretamente em sua obra-prima final,Étant Donnés, Duchamp afirmou que tinha desistido de arte para o xadrez.Misteriosos objetos, no entanto, emergiram, dando a entender que o artista estava de fato trabalhando em outro projeto. Esta enigmática escultura em bronze alude à anatomia humana e oferece uma introducao ao processo de trabalho na confecção de Étant Donnés.



BIBLIOGRAFIA

Why Not Sneeze Rose Sélavy?






Why Not Sneeze Rose Sélavy ?
Marcel Duchamp, 1921
11,4 x 22 x 16 cm
Original na coleção Louis and Walter Arensberg, no Philadelphia Museum of Art

Nessa obra, Duchamp encheu uma pequena gaiola branca de ferro com 152 pedaços de mármore branco cortados em forma de cubos de açúcar.  Dentro da gaiola tem também um termômetro de mercúrio, um osso de choco, poleiros de madeira, e dois pequenos pratos de porcelana.
O título da obra está inscrito na parte de baixo da gaiola em letras de fita adesiva preta, e é refletido num espelho. Na obra original, as letras foram dispostas normalmente, o que faz com que leiam-se as palavras invertidas. Já nas réplicas, as palavras foram invertidas de modo a serem lidas normalmente no espelho.

Rose Sélavy em francês é um homófono para ‘Eros c’est la vie’, ‘o amor é a vida’. Era um dos pseudônimos de Marcel Duchamp.
‘Why not sneeze’ é uma interrogação, e quer dizer « por que não espirrar ». A pergunta é então feita para, e talvez por, Rose Sélavy.

A obra é uma escultura ‘readymade’, ou melhor, um ‘readymade assistido’, ou ainda um ‘semi-readymade’, já que o objeto original foi modificado pelo artista., que adicionou a ele os outros objetos.  Foi o último readymade produzido por Duchamp.
Várias réplicas da obra existem, feitas por Duchamp, mas só na original tem escrito nos pedaços de mármore ‘Made in France’. Os cubos de mármore pesam mais que cubos de açúcar do mesmo tamanho, o que causa uma diferença de peso considerável se alguém for tentar levantar a gaiola pensando que essa contém açúcar.
O fato de ter um osso de chocó dentro da gaiola reforça a ideia de que se trata de uma gaiola de pássaro.

Duchamp fez a versão original de Why Not Sneeze Rose Sélavy ? em Nova Iorque a pedido de Dorothy Dreier, irmã de Katherine Dreier, uma de suas maiores colecionadoras nos Estados Unidos. Dorothy pagou 300 dólares e pediu que Duchamp fizesse o que quisesse. Como o artista não queria fazer uma pintura, ele disse a Dorothy que faria o que lhe viesse à mente. Porém, a obra não agradou a Dorothy, nem a sua irmã Katherine, e elas pediram que Duchamp a vendesse para outra pessoa. A escultura foi então adquirida por Walter Arensberg, e juntada à coleçao Louis and Walter Arensberg em 1934.

Duchamp diz que a transformação do açúcar em mármore tem um efeito mitológico, e numa explicação para a obra, o artista involve a frieza do mármore, o termômetro medindo a temperatura, e o espirro, que pode resultar do frio. Duchamp explicou que o termômetro era pra registrar a frieza do mármore, já que é o frio que provoca o espirro.
Quanto ao título da obra, Duchamp aponta uma dissociação na pergunta ‘por que não espirrar ?’, já que o espirro acontece independentemente da vontade da pessoa.  Assim, durante uma entrevista para a televisão francesa em 1963, o artista disse que a resposta para a pergunta é simplesmente que não se espirra de propósito.

‘Espirrar’ pode também referir ao orgasmo, fazendo com que o título seja assim um convite sexual. Apesar dessa interpretação sexual, os cubos de mármore sugerem frigidez, e a gaiola pode ser vista como uma imagem de confinamento. Dessa maneira, a obra pode sugerir a supressão do clímax érotico.

O historiador de arte Jerrold Seigel também sugeriu que o posicionamento das palavras do título, uma por linha, faz com que elas sejam lidas num ritmo que para e inicia, que todos identificam com o sentimento do espirro iminente. Seigel também disse que uma resposta possível à pergunta, é que Rose prefere o estado permanente de antecipação, que é não espirrar para soltar a tensão que a pequena explosão traria ; por eros ser desejo, retardar é o unico jeito para que esse continue tão forte.

Um pequeno modelo da obra foi feito para Box in a Valise, escultura de Duchamp, que é uma mala de couro que contém réplicas em miniatura, fotografias, reproduções coloridas de trabalhos do artista, e um desenho ‘original’. O pequeno modelo de Why Not Sneeze Rrose Sélavy ? parte de uma foto (2D) do readymade, da qual as partes superior e laterais foram cortadas e a parte destacada foi dobrada no formato de um prisma sólido (3D). Temos então uma superficie 2D que simula um objeto 3D. A dimensionalidade do objeto tem assim um valor entre 2 e 3. 


Fontes de pesquisa:

quarta-feira, 28 de março de 2012

Leitura e Discussão: Marcel Duchamp (03/04/2012)

Segue link para leitura a ser debatida na próxima aula, 03/04/2012:

Performance nas Artes Visuais - Regina Melim (24/04/2012)


Conforme já mencionado nas aulas, esta será a nossa primeira leitura obrigatória e, também, uma das avaliações. O livro não será disponibilizado para xerox por constituir violação aos direitos do autor. Entretanto, pode ser adquirido tanto em sua forma física e virtual (epub e pdf) e/ou pesquisado em sites de compartilhamento de arquivos e postado aqui (se algum de vocês encontrar e se responsabilizar, pode ser publicado aqui para os demais colegas.

Abaixo links para aquisição do livro:

O livro será discutido, em sala de aula, no dia: 24/04/2012.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Ementa/Programa

Disciplina: Ementa/Programa

Órgão: VIS - Departamento de Artes Visuais

Código: 157210

Denominação: Intervenção/Performance/Instalação

Ementa: Instrumentação prática e teórica destas áreas como linguagens. Processos experimentais.
Programa: História da Arte: do Futurismo à Arte Contemporânea. Novos paradigmas para as artes visuais na contemporaneidade. Os problemas da produção artística, seu caráter ideológico e suas possibilidades poéticas. Hibridismo das linguagens poéticas. Seminários de discussão teórica e prática baseados em apresentações, leituras e vídeos.
Avaliação: As avaliações serão realizadas continuamente, mediante colaborações e discussões nos seminários, blog, trabalhos escritos a serem solicitados com antecedência e projeto e tentativa de execução prática como possível avaliação final.
Frequência: mínimo de 75% de frequência nas aulas.
Menções: as menções seguem o padrão estabelecido pela UnB.

Bibliografia:
PONGE, Francis. Métodos. Rio de Janeiro: Imago, 1997.
CARLSON, Marvin. Performance: uma introdução crítica. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.
WARD, Frazer; TAYLOR, Mark C.; BLOOMER, Jennifer. Vito Acconci. Londres: Phaidon Press, 2002.
FÜRSTENBERG, Adelina von. Marina Abramovic: Balkan Epic. Milão: Skira Editore, 2006.
WALTHER, Ingo F. (org.); RUHRBERG, Karl; SCHNECKENBURGER, Manfred; FRICKE, Christiane; HONNEF, Klaus. Arte do Século XX vol. 1 e 2: pintura, escultura, novos media e fotografia. Lisboa: Taschen, 2005.
FREIRE, Cristina. Poéticas do Processo; arte conceitual no museu. São Paulo: Iluminuras, 1999.
ONO, Yoko. Grapefruit: a book of instructions and drawings by Yoko Ono. Nova Iorque: Simon & Schuster, 1964.
CANTON, Kátia. Temas da Arte Contemporânea: corpo, identidade e erotismo, do moderno ao contemporâneo, espaço e lugar, da política às micropolíticas, narrativas enviesadas, tempo e memória. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009.
BORER, Alain. Joseph Beuys. São Paulo: Cosac & Naify, 2001.
CALLE, Sophie. Histórias Reais. Rio de Janeiro: Agir Editora. 2009.
BRITES, Blanca; TESSLER, Elida (orgs.).Porto Alegre: Editora da Universidade/UFRGS, 2002.
MELIM, Regina. Performance nas Artes Visuais. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2008.
FREIRE, Cristina. Arte Conceitual. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2006.
CAUQUELIN, Anne. Arte Contemporânea: uma introdução. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
CAUQUELIN, Anne. Teorias da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
CAUQUELIN, Anne. A Invenção da Paisagem. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
CAUQUELIN, Anne. Freqüentar os Incorporais: contribuição a uma teoria da arte contemporânea. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
BOURRIAUD, Nicolas. Estética Relacional. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
VERGINE, Lea. Body Art and Performance: the body as language. Milão: Skira Editore, 2000.
COTTON, Charlotte. A Fotografia como Arte Contemporânea. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010.
COSTA, Luiz Cláudio da (org.). Dispositivos de Registro na Arte Contemporânea. Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria/FAPERJ, 2009.
GLUSBERG, Jorge. A Arte da Performance. São Paulo: Perspectiva, 2005.
COHEN, Renato. Performance como Linguagem. São Paulo: Perspectiva, 2004.
COHEN, Renato. Work in Progress na Cena Contemporânea: criação, encenação e recepção. São Paulo: Perspectiva, 1998.
FARIAS, Agnaldo. Arte Brasileira Hoje. São Paulo: Publifolha, 2009.
DUBOIS, Philippe. O Ato Fotográfico e Outros Ensaios. Campinas: Papirus, 1993.
ARCHER, Michael. Arte Contemporânea: uma história concisa. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
CABANNE, Pierre. Marcel Duchamp: engenheiro do tempo perdido. São Paulo: Perspectiva, 2002.
ZUMTHOR, Paul. Performance, Recepção, Leitura. São Paulo: Cosac Naify, 2007.
ALYS, Francis. Numa Dada Situação/In a Given Situation. São Paulo: Cosac Naify, 2010.
AQUINO, Fernando; MEDEIROS, Maria Beatriz de (org.). Corpos Informáticos: performance, corpo, política. Brasília: Editora do Programa de pós Graduação em Arte, UnB, 2011.
LINKER, Kate. Vito Acconci. Nova Iorque: Rizzoli International Publications, 1994.
FERREIRA, Glória; COTRIM, Cecília (orgs.). Escritos de Artistas: anos 60/70. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009.
HENDRICKS, Jon. O que é Fluxus? O que não é! O porquê (catálogo de exposição). Centro Cultural Banco do Brasil.
WEITEMEIER, Hannah. Yves Klein. Lisboa: Taschen, 2001.