Vincere
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Arkitektur + Le Ballet Mécanique
Futurimo e Benito Mussolini
É a partir da Itália que fundou-se o futurismo mas esse
movimento não seria puramente italiano,
mas de importância mundial. Filippo
Tommaso Emilio Marinetti é
o fundador e principal teórico do futurismo.
No seu livro de poesias Guerra, a única Higiene
do Mundo (1915) comemora o início da I Guerra Mundial (1914-918) e pede a entrada
da Itália no conflito. Em 1919 adere ao fascismo e torna-se seguidor entusiasta
de Benito Mussolini. Mussolini foi um dos fundadores do fascismo italiano que
é uma doutrina totalitária desenvolvida a partir de 1919.
O principio unificador
era a paixão pela velocidade, o poder, as novas máquinas, tecnologias e o desejo de transmitir o “dinamismo”. Os
futuristas apresentam um conceito de “linhas de força”. Os objetos revelam em
suas linhas a calma ou o frenesi, a tristeza ou a alegria. Apesar de uma arte inovadora essa vanguarda
ideologicamente é antidemocrática militarista e machista, associando-se às
ideias fascistas de Benito Mussolini. O nono item do manifesto futurista declarava:” Glorificaremos a guerra- a única
verdadeira higiêne do mundo-, o militarismo, o patriotismo, destrututivo do
anarquista, as belas ideias que matam e desprezo á mulher.”
No filme de Marco Belloncchion, Vincere, Benito mussolini
está a visitar a exposição futurista de 1917. Declara: ” que alegria, o ta-ra-ta-ta
das metralhadoras. A Italia precisa de gente disposta a arriscar a pele, a
derramar o próprio sangue da vitória. Somente assim se pode mudar. O futurismo
é a centelha que fará incendiar a podridao de nosso tempo. Viva a guerra! Viva
o futurismo!” E continua a passear pelos quadros fazendo barulho de explosões.
Le
Ballet Mécanique de Fernand Léger é um vídeo experimental com princípios do
futurismo, o desejo de transmitir o dinamismo. Em 1914, com o início da Primeira Grande
Guerra, Fernad Léger foi recrutado para as trincheiras. Após esta etapa da sua vida, a sua pintura passou a
representar a sua admiração pelos objetos mecânicos, tendo especial interesse
pelos tanques de guerra. Na segunda guerra mundial exilou-se nos Estados
Unidos da América. Ainda na segunda década do século, em 1924 produz e dirige Le Ballet Mécanique. No concerto, o
ballet é uma dança de objetos mecânicos.
A combinação das imagens parece
feita por um caleidoscópio sempre em movimento.
Dadaísmo e Segunda Guerra Mundial
Dadá, em romeno significa “sim, sim”, e em francês, um
cavalinho de pau. O dadáismo foi um fenomeno internacional e multidisciplinar,
e significou um estado mental. Os conceitos e idéias se desenvolveram em New
York, Zurique, paris, Paris e Berlim, durante e após a segunda guerra mundial,
á medida que jovens artistas se agrupavam com o intuito de expressar sua
indignação pelo conflito. Pare eles, os horrores da guerra, em escala cada vez
maior, provavam a decadência e a hipocrisia de todos os valores estabelecidos. Eles se voltaram contra
instituiçoes políticas e sociais.
Formado por um grupo de escritores, poetas e artistas plásticos, dois deles desertores do serviço
militar alemão, liderados por Tristan Tzara, Hugo Ball e Hans Arp. Tristan Tzara,
pseudônimo de Samuel Rosenstock, seu pseudônimo
significa “triste terra”, tendo
sido escolhido para protestar o tratamento dos judeus na Roménia. Hugo Ball era filósofo e romancista protestou “contra o
humilhante fato de haver uma guerra no século XX”, fazendo-o questionar-se
acerca dos valores tradicionais. Acreditavam que a única esperança para a sociedade
era destruir aqueles sistemas baseados na razão e na lógica, substituindo-os
por valores ancorados na anarquia, no primitivismo e no irracional. Muitos dos fundadores posteriormente deram início ao
surrealismo.
Surrealismo/Outsider
Art e Adolf Hitler
Adolf Hitler foi o líder do Partido Nacional Socialista
dos trabalhadores Alemães. Segundo o filme “Arquitectura da Destruição”, é
possível apontar aproximações entre o compositor Richard Wagner e Adolf Hitler.
Wagner era o artista criativo e político, em uma só pessoa. Hitler absorveu a
propostas de Wagner: o anti-semitismo, culto ao legado nórdico e o mito do
sangue puro deram contorno a visão de Hitler sobre o mundo. Também de Wagner
vieram as noções de arte para uma nova civilização. Uniria Vida e Arte.
Em 1930 é a ascensão de Hitler ao poder. O programa exige
que a arte e cultura bolchevique seja banida, sejam destruídas. Os trabalhos
serão mostrados publicamente e depois queimados.
Entre 1929 e 1933, varias exposições temporárias de Arte
Marginal foram realizadas na França, Suíça e Alemanha. O grande impacto despertou
uma violenta oposição daqueles que não aceitavam o valor artístico das obras.
Em 1933 a Clinica de Heideberg é tomada pelo nazismo. A colecção de Heidelberg
contém desenhos, pinturas e bordados de doentes de varias clinicas e
nacionalidades. Instala-se o programa de exterminação dos doentes mentais e usa
a colecção para fins de propaganda nazista. Na Alemanha e na Áustria inicia-se
o programa de exterminação dos doentes mentais e usa a colecção para fins de
propaganda nazista.
Em 1937 são realizados na Alemanha e na Áustria uma série
de exposições da chamada “arte degenerada”. A arte degenerada estava em
oposição as manifestações de arte “sadia”. Essas exposições depreciavam o
acervo de Heidelberg e obras de artistas de arte moderna, como Cézanne, Van
Gogh, Klee, Kandinski, Kokoshka, Chagal entre outros. A arte era de fundamental
importância para a campanha nazista, tinha um enfoque preconceituoso, negando
qualquer valor artístico. A degeneração cultural era considerada uma ameaça.
Essa atitude nazista acabaria por afirmar o valor artístico. Comprovaria que
não há fronteiras entre os ditos normais e loucos.
Os surrealistas foram os descobridores do valor artístico
da produção dos loucos. A produção dos esquizofrénicos esta em primeiro lugar.
A arte psicótica não é mantida a margem. É reencontrada a função do louco na
sociedade, trata-se de reconhecer aos marginais da arte o direito de existir, e
as suas obras. “ Nas instituições psiquiátricas do mundo inteiro são rotuladas
como seres embrutecidos e absurdos. Apesar dessa trágica concepção, desse
abismo criado pela ciência, surgem, do mais profundo da alma, imagens mais
inusitadas e belas.”