terça-feira, 15 de maio de 2012

Arquitetura da Destruição, Vincere, Un Chien Andalou

A Arquitetura da Destruição, de Peter Cohen,1989 documentário que traça a trajetória de Hitler e de alguns de seus mais próximos colaboradores.

 Artista frustrado (aos 18 anos fora recusado na Academia de Arte de Viena), Hitler tinha, maquiado por um ideal político, a ambição de criar um mundo mais belo, livre de “impurezas”. Inspirado pela ópera "Rienzi", de Wagner, que enaltecia o antissemitismo, o culto ao legado nórdico e o mito do sangue puro, tinha como ideais as culturas romana, grega e espartana. Para Hitler, a arte era a representação da superioridade da raça ariana, em contraposição às demais.

 Os teóricos nazistas associavam a Arte Degenerada a grupos revoltosos, sublevadores como os judeus e os bolchevismo da Rússia. Pois nesse período florescia na Europa diversas teorias raciais que influenciariam Hitler, fazendo com que ele desenvolvesse uma política de não aceitação da grande maioria das obras modernistas (incluindo Bauhaus, Dada (os mais degenerados), Cubismo, Expressionismo, Fauvismo, Impressionismo, Nova Objetividade e Surrealismo), que segundo ele representavam deformações genéticas existentes na sociedade. Ao passo em que erradicava a arte moderna da Alemanha, colecionava Arte Clássica, chegando a adquirir cerca de três mil trabalhos, todos catalogados.
 O que despertou no regime nazista, um projeto de arte em que se desenvolveria uma nova perspectiva dentro dos projetos, urbanísticos e arquitetônicos das cidades. Em 1940, Hitler visita Paris, acha a cidade linda, e resolve deixa-la inteira, pois quando Berlim estivesse pronta, Paris seria apenas uma sombra, ai se inicia a reforma de Paris e a construção de vários outros prédios em Berlim. Em 1941 as tropas de Hitler chegam a Atenas, mas não é como nos outros locais, ele proíbe o bombardeio a esta, pois, ele tem um grande amor pela antiguidade e Atenas juntamente com Roma representa toda a sua paixão, ele as considerava o modelo da sociedade que queria formar. Ele descreve Esparta como o estado da mais pura raça.

 Hitler era detentor de conhecimentos estratégicos de mídia e sabia usá-los de maneira impressionantemente bem para conseguir atingir seus objetivos. Portanto com uma postura ditatorial e totalitária, utilizava dos meios de propaganda para conquistar a moral dos soldados e da população civil, pois cada uma de suas frases causava emoção, uma histeria coletiva, durante seus discursos. Foi através de filmes que conseguiu convencer a todos que os judeus não poderiam estar em ascensão financeira, morando em casas bonitas, enquanto os alemães puros, de raça superior ficavam por baixo, morando em casebres.


 O oportunista Mussolini, retratado em “Vincere” (Dir. Marco Bellochio, Itália, 2009), era volátil de acordo com seus interesses, a princípio tinha a Alemanha, a Igreja e a Monarquia como inimigos, aos quais se aliou posteriormente. Apoiava o Movimento Futurista, pois este era a favor da guerra como instrumento de purificação. Assim como Hitler, Mussolini fazia sua propaganda política embasada em ideais ligados a um movimento artístico. Filippo Tommaso Marinetti, iniciador do movimento futurista, no livro de poesias "Guerra, a Única Higiene do Mundo" (1915), glorificou a I Guerra Mundial como o mais belo poema futurista. Alistou-se no exército italiano, defendeu a intervenção italiana na guerra e ingressou no Partido Nacional Fascista (1919). Politicamente foi um ativo militante fascista e chegou a afirmar que a ideologia do partido representava uma extensão natural das ideias futuristas. Foi preso com Mussolini em 1915, após a realização de discursos intervencionistas.


 “Un Chien Andalou” é um filme surrealista lançado em 1928, baseado numa mescla de sonhos dos escritores/diretores, Salvador Dali e Luis Buñuel, é considerado o maior representante do cinema experimental surrealista. É um ótimo representante da “Arte Degenerada”, não possui uma história na ordem normal dos acontecimentos, utiliza a lógica dos sonhos, baseado em conceitos da psicanálise de Freud, como o inconsciente e as fantasias.

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